jun 20, 2015 AgroCeleiro Artigos, Noticias 0
O uso de agrotóxicos no Brasil mais que dobrou no período entre 2002 e 2012. Em 2002, a comercialização do produto era de 2,7 quilos por hectare, enquanto em 2012 foi de 6,9 quilos por hectare. Os produtos considerados medianamente perigosos foram os mais representativos no período entre 2009 e 2012, respondendo por 64,1% dos itens comercializados em 2012.
Os dados são da 6ª edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) Brasil 2015, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A publicação reúne 63 indicadores com o objetivo de traçar um panorama do país em quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. Esta edição dá continuidade à série, iniciada em 2002, atualizando indicadores já publicados e disponibilizando novas informações.
Uma das novidades desta sexta edição dos IDS é a apresentação de informações sobre a quantidade comercializada de agrotóxicos por classe de periculosidade ambiental. Para a construção desse indicador foram utilizadas como variáveis as quantidades e agrotóxicos comercializadas, expressas em toneladas por ano, e a área plantada as principais culturas, expressa em hectares.
O relatório apresenta um conjunto de informações sobre o uso de agrotóxicos no Brasil que contempla a quantidade de agrotóxicos comercializados, por classes de periculosidade ambiental; quantidade de ingredientes ativos de agrotóxicos mais comercializados e a respectiva participação percentual em relação ao total das principais classes de uso (herbicida, inseticida e fungicida).
Risco para saúde e no meio ambiente
O uso intensivo dos agrotóxicos, diz o estudo do IBGE está associado a problemas de saúde da população, tanto dos consumidores dos alimentos quanto dos trabalhadores que lidam diretamente com os produtos, à contaminação de alimentos e à degradação do meio ambiente. “As informações fornecidas neste indicador poderão auxiliar nas tomadas de decisões regulatórias, no aumento da fiscalização de produtos mais usados, na definição de prioridades no emprego de recursos para estudos e pesquisas, entre outros”, propõe o instituto.
A coleta de dados sobre o uso de agrotóxicos obedeceu ao que está previsto no artigo 41 da Lei dos Agrotóxicos e Afins, de 11/07/1989, que obriga as empresas com registros de produtos agrotóxicos a apresentar ao poder público relatórios semestrais de comercialização desses produtos.
Esses dados são encaminhados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que divulga relatórios anuais, nos quais apresenta as quantidades comercializadas por ingrediente ativo. O estudo do IBGE utiliza os dados de comercialização disponibilizados pelo Ibama, não significando, porém, que as quantidades vendidas tenham sido de fato usadas.
“Ocorrem casos em que o produto comprado não é utilizado, por não ser necessário, quando uma praga esperada não aparece ou o produto perde a validade. Além disso, podem ocorrer casos em que são feitas aquisições em uma Unidade da Federação para consumo em outra. Contudo, essas informações de comercialização são uma boa aproximação do consumo de agrotóxicos”, afirma o instituto.
Glifosato lidera ranking dos mais vendidos
O glifosato é o agrotóxico mais usado no país, aponta o estudo do IBGE. A distribuição percentual os ingredientes ativos de agrotóxicos mais comercializados, por classes de uso (herbicidas, inseticidas e fungicidas), no ano de 2012, apontou a seguinte classificação:
Herbicidas: Glifosato (62,4%), Outros herbicidas (16,1%), 2,4D ácido (11,4%) e Atrazina (10,1%)
Inseticidas: Acefato (35,2%), Outros (33%), Metomil (17,1%), Imidacloprido (14,7%)
Fungicidas: Outros (60,6%), Carbendazin (13,2%), Mancozebe (11,8%), Tiofanato metílico (8,0%), Oxicloreto de cobre (6,4%).
Já o ranking da quantidade comercializada de ingredientes ativos de agrotóxicos no Brasil, em 2012, aponta os seguintes produtos:
Glifosato e seis sais: + 180 mil toneladas
Outros: + 60 mil toneladas
Óleo mineral: + 60 mil toneladas
2,4D: + 30 mil toneladas
Atrazina: + 25 mil toneladas
Acefato: + 10 mil toneladas
Enxofre: 10 mil toneladas
Diurom: 10 mil toneladas
Ainda segundo o estudo do IBGE, os herbicidas (categoria do glifosato) foram os agrotóxicos mais comercializados no país, no período analisado, com 62,6% do total de vendas, seguidos pelos inseticidas, com 12,6%, e pelos fungicidas, com 7,8%. Considerando o uso de agrotóxicos por área, a liderança fica com a Região Sudeste, com um total de 8,8 quilos por hectare. Na classificação por estado da Federação, São Paulo está na frente.
Em 2012, o seu consumo atingiu a casa dos 10,5 quilos por hectare. O segundo estado que registra o maior uso de agrotóxicos é Goiás, com 7,9 kg/ha, e o terceiro Minas Gerais, com 6,8 kg/ha. Na outra ponta, o menor uso de agrotóxicos foi verificado no Amazonas e no Ceará, com um valor inferior a 0,5 quilos por hectare.
MP Federal quer banir glifosato do Brasil
Em abril deste ano, o Ministério Público Federal recomendou, em um documento enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que seja concluída com urgência a reavaliação toxicológica do glifosato e que a agência determine o banimento desse herbicida do mercado nacional. Herbicida de amplo espectro, o glifosato é o produto mais usado nas lavouras do Brasil, especialmente nas áreas plantadas com soja transgênica.
O pedido, feito pelo MPF do Distrito Federal, baseia-se em estudos como o realizado pela International Agency for Research on Cancer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo o qual esse produto pode ser cancerígeno.
O procurador da República, Anselmo Henrique Carneiro Lopes, também encaminhou uma petição à Justiça Federal reforçando o pedido de liminar para proibir a concessão de novos registros de agrotóxicos que contenham oito ingredientes ativos (um deles é o glifosato) que já foram condenados por organismos internacionais e pela própria Anvisa. Na avaliação do MPF do Distrito Federal, fatos recentes reforçam indícios dos riscos do uso do glifosato e dos demais produtos questionados no pedido de liminar.
Em sua petição, o MP Federal lembra ainda que a OMS reconheceu, em março de 2015, estudos de 17 especialistas de 11 países, que investigaram o potencial carcinogênico de alguns produtos, entre eles, o glifosato. Entre outras conclusões, os cientistas “afirmaram que o glifosato produz, muito provavelmente, efeitos carcinogênicos em seres humanos”. Fonte: Portal Sul21
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