jul 20, 2017 Site Agroceleiro Grãos, Noticias 0
As pesquisas que ajudaram a dobrar a produtividade do feijão no RS com variedades adaptadas às condições do estado estão com futuro incerto diante da extinção da Fepagro (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária).
Juliano Garcia Bertoldo, pesquisador do Centro de Pesquisa Litoral Norte/Seap-RS, conta que a produção de feijão no Rio Grande do Sul vem tendo sua área perdida para a soja. Entretanto, houve um aumento na produtividade, passando de 690kg por hectare para 1400kg por hectare.
Porém, a demanda anual pelo feijão está aumentando em 2% ao ano, o que pode gerar um déficit de da leguminosa no estado e implicar em uma necessidade de importação.
O desafio da pesquisa é lançar variedades adaptadas para todas as condições, pensando em aliar pontos como a colheita mecanizada, a produtividade, que pode chegar até a 3500kg por hectare e a resistência à doenças, o que auxilia na diminuição dos custos com insumos.
Há linhagens promissoras que vêm sendo avaliadas, como conta Bertoldo, no tocante à seca e na nodulação. O centro de pesquisa encomendou germoplasmas do banco da Embrapa e realizou cruzamentos para desenvolver testes em algumas áreas do estado.
O futuro dessas pesquisas é incerto, uma vez que o atual governo do estado extinguiu a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Bertoldo aponta que há uma dúvida para saber se a pesquisa será ampliada. Foi criado um departamento para continuar a pesquisa, mas, com a extinção, foi perdido metade do quadro técnico e também a perda de bolsistas de iniciação científica que faziam parte dessas pesquisas. O centro de pesquisa também está impedido de captar recursos de agências de fomento como o CNPq e a Capes, ao mesmo tempo em que os pesquisadores mais antigos estão se aposentando e o quadro de profissionais pode ficar deficitário.
No momento, ele acredita que os produtores devem entender a importância dessas pesquisas e auxiliar a partir da utilização dos materiais, do acesso ao site e também solicitar a políticos, apontando a importância da Fepagro para essa pesquisa. Mas “a pesquisa não parou”, salienta o pesquisador. Há linhagens prontas para lançamento em um a dois anos.
“A sociedade precisa entender a importância que a pesquisa tem – não só para a agricultura, mas para toda a sociedade”, diz Bertoldo.
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