dez 08, 2014 AgroCeleiro Noticias, Pecuária Leite 0
O leite fraudado que foi alvo da sétima fase da Operação Leite Compen$ado,deflagrada na manhã de quarta-feira, no norte no Estado, chegou ao menos a indústrias do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná.
A adulteração investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) consistia na adição de água para aumentar o volume do produto e de sal para mascarar a diluição.
Segundo o MPE, no Estado, o posto de resfriamento da Cotrel, em Erechim, vendeu leite para a Nestlé, em Palmeira das Missões, e para a Cootal, de Taquara.
Em Santa Catarina, o produto foi remetido para a unidade de Pinhalzinho da Aurora e para a Kerlac, de Rio Fortuna.
No Paraná, o leite fraudado foi comercializado com o laticínio HE, de Coronel Vivida. Há ainda referência a uma empresa chamada Laticínios Ipê, que também seria paranaense, mas não existe certeza quanto à cidade da indústria.
O outro posto de resfriamento envolvido, a Rempel & Coghetto Ltda, em Jacutinga, vendia mais de 90% do leite para a unidade de Teutônia da BRF. Responsável pelas investigações na área criminal, o promotor Mauro Rockenbach viu posturas diferentes nas empresas.
— A Nestlé rejeitou quatro cargas da Cotrel na semana passada. A BRF nunca rejeitou carregamento — diz Rockenbach, lembrando que a investigação ocorria há dois meses.
De acordo com o promotor de defesa do consumidor Alcindo Bastos Filho, o Ministério da Agricultura vai agora questionar as indústrias sobre o destino que deram ao leite fraudado. A intenção é saber se o produto foi rejeitado ou processado e colocado no mercado. Mas, como as substâncias usadas na fraude não fariam mal à saúde, não deve haver recolhimento de lotes.
Devido às irregularidades, a unidade da Cotrel será submetida a um regime especial de fiscalização, mas não será fechada. O posto de Jacutinga foi interditado. Por enquanto, não há estimativa do volume de leite fraudado.
Até o início da tarde desta quarta-feira, o MPE confirmou o cumprimento de 16 dos 17 mandados de prisão. Uma pessoa continuava foragida. Além de Erechim e Jacutinga, a operação ocorreu em Maximiliano de Almeida, Gaurama, Viadutos e Machadinho. Estão envolvidos produtores, transportadores, responsáveis por postos de resfriamento, laboratoristas e motoristas de caminhões.
Fonte: Ministério Público da União.
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