dez 29, 2014 AgroCeleiro Noticias 0
Abigeato? Bruzone? Carrapato? Estiagem? Ferrugem da soja? Gafanhoto? Granizo? Graxaim? Mosca do chifre? Puma? Nada disso: atualmente, a maior ameaça a lavouras e criações do Rio Grande do Sul são os javalis, nativos da Europa e introduzidos no Uruguai há quase um século como curiosidade da fauna.
Depois de escapar dos cativeiros, esses porcos alçados devastam lavouras, obrigando os peões a andar armados e protegidos por cães. Mas nem assim se controlam essas feras de presas afiadas. Em Alegrete um peão atirou num javali do tamanho de um bezerro. Mesmo ferido, o animal o atacou a dentadas, cortando a bota e lanhando sua perna.
Há histórias de pessoas que tiveram de trepar em árvore para escapar do ataque desses bichos que se juntam em manadas e percorrem longas distâncias em busca de alimento. Por circular mais à noite, os javalis driblam a vigilância dos peões e fazendeiros, que se surpreendem com os vestígios de sua passagem pelos lugares. Fazem estragos inacreditáveis. Vorazes, comem raízes, matam animais e devoram até carniças. Não há fazenda que não tenha perdido bezerro ou cordeiro para os javalis.
A proliferação dos javalis no interior gaúcho virou motivo de troça. Recentemente, num evento na Farsul, diante de quase uma centena de fazendeiros e jornalistas, o vice-presidente Francisco Schardong brincou ao microfone ao saudar a presença do veterano criador Camilo Costa, de Tupanciretã: “Nosso eterno diretor Camilo Costa está cevando lá em Tupan javali à base de cordeiro mamão…”
Em algumas fazendas, peões capturam filhotinhos de javalis que são criados “guachos” em chiqueiros para abate aos quatro/seis meses, como se fossem leitões. O cruzamento com o porco doméstico amansa os javaporcos, à semelhança do que aconteceu há meio século, quando as abelhas européias se miscigenaram com as africanas em território sulamericano.
Durante anos, o Ibama só permitiu a captura de javalis por meio de armadilhas. Em 2013 finalmente autorizou o abate por qualquer meio. Se antes era raridade, a carne do javali já aparece com mais frequência no cardápio de restaurantes gaúchos.
Na Serra, indústrias de embutidos misturam a carne do javali à de bovinos e suínos, obtendo uma linguiça diferenciada vendida a R$ 20 por peça de 500 gramas na última Expointer.
Fonte: Jornal Já
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