A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul) deve buscar na Justiça o pagamento de dívidas referentes à venda de matéria-prima por parte de cerca de 4 mil pequenos produtores gaúchos a empresas envolvidas nas fraudes do leite investigadas pela Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público. De acordo com a coordenadora da Fetraf, Cleonice Back, os valores devidos pelas indústrias aos produtores vão de R$ 2 mil a até R$ 20 mil mensais. A Fetraf já tentou realizar acordos com as empresas devedoras, mas até agora os valores seguem em aberto.
A Promilk, que adquiria leite para resfriamento e posterior revenda à LBR, sustenta que está em fase de recuperação judicial e que não pode quitar as dívidas antes que a própria LBR pague o que deve a ela. A Promilk informou à Fetraf também ter dividendos provenientes da LBR, envolvida na fraude do leite investigada pelo Ministério Público e que, da mesma forma, passa por recuperação judicial. A catarinense Mondaí, que também esteve envolvida na fraude do leite, é a outra devedora: a Fetraf ainda espera um possível acordo com a empresa antes de acionar a Justiça.
No caso da Promilk, Cleonice não vê outra alternativa do que a solução através das vias judiciais. Os produtores, no entanto, podem demorar a receber os valores, uma vez que devem entrar na lista de credores dos processos de recuperação judicial das empresas. Nesses casos, o processo de pagamento tende a ser demorado.
Fonte: Rádio Guaíba