ago 08, 2015 AgroCeleiro Artigos, Noticias 0
Com este objetivo organizou o Seminário Fronteiras do Conhecimento, realizado no salão principal da AABB, de Ijuí, onde apresentaram seus pontos de vista os doutores Gilberto Cunha, pesquisador da Embrapa de Passo Fundo, e Paulo Schneider, professor da Unijuí.
A apresentação dos pesquisadores foi mediada pelo presidente da APAJU, o engenheiro agrônomo e também professor da universidade, Luiz Volney Viau.
Gilberto Cunha apresentou o tema “A ciência como ela é: a prática científica e a responsabilidade dos cientistas”, onde abordou o momento das pesquisas científicas, de forma especial em relação à agricultura.
“A ciência deste século XXI é muito diferente das ciências de academia que começaram no século XVII. Ela foi evoluindo e cada vez é mais controlada pela sociedade e em função disso se torna cada vez mais burocratizada, mais obediente a regras, leis e normas”, avalia, lembrando que isso torna mais difícil a inovação.
“Não há dúvida nenhuma que os desafios que são postos hoje, especialmente nas ciências agrárias, são muito mais complexos, mais difíceis do que outrora”, comenta, seguindo seu raciocínio com uma pergunta:
“Qual é a grande questão que as ciências agrárias e a própria APAJU estão preocupadas? Na verdade, estão preocupadas com a questão da produção de alimentos de forma segura, saudável, com a proteção do meio ambiente e ninguém ignora que a atividade agrícola faz uma interferência drástica em muitos biomas”, já responde o pesquisador.
Cunha comenta ainda que atualmente, no Brasil, a pesquisa científica está mais atrelada às instituições públicas e universidades e os profissionais com titulação de mestres e doutores não são assimilados pelas empresas privadas. Especificamente sobre o setor agropecuário, segundo ele, isso pode provocar Associação dos Engenheiros Agrônomos de Ijuí algumas dificuldades de diálogo entre as empresas geradoras de tecnologia e as repassadoras dela aos produtores.
O professor Paulo Schneider, por sua vez, trouxe uma visão mais filosófica sobre o tema. “No setor agropecuário, como em qualquer outra atividade, existe a enorme competência prática de utilização da ciência e da técnica, simplesmente na obediência de implementar o que é científico e o que é técnico e não se pergunta muito sobre as consequências, a não ser monetárias, mas as consequências sobre a saúde e no ambiente dessa mesma prática” avalia o professor.
“A gente imagina que todas as pessoas, e naturalmente os engenheiros agrônomos, irão se habilitar cada vez mais para poder discutir estas questões: a questão da prática e da técnica, as questões da teorização que justificam essa mesma prática e os interesses que tem por traz de tudo isso, que são interesses existenciais e fundamentais” analisa.
“Na universidade e na profissão que a gente tem, cada vez mais somos obrigados a pensar sobre aquilo que nos oferecem como soluções. E para poder decidir, em primeiro lugar, dialogar com os pares a sua implantação”, completa o professor.
Para o presidente da APAJU, Volney Viau, o encontro faz parte de uma proposta de reflexão sobre a prática agronômica. “Como mencionado pelos painelistas, a ciência agronômica tem colocado à disposição dos profissionais uma série de tecnologias que são propostas como solução para as demandas que os sistemas atuais de produção tem requerido, originando desafios cada vez mais complexos, mas muitas vezes não discutimos, ou não procuramos entender a teorização dessa prática, muito menos somos induzidos a pensar sobre aquilo que a ciência nos oferece como solução”, comenta ele.
Como questão central, Viau destaca a opinião do professor Paulo Schneider, que fala em estabelecer uma discussão para o entendimento dessas soluções tecnológicas no cotidiano, no ambiente e na vida de cada um. “Temos que ter a clareza de que a ciência não é neutra, ela obedece a determinado ordenamento científico e a interesses de natureza econômica e política”, conclui o presidente.
Fonte: IJUI.COM
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