jun 11, 2017 Site Agroceleiro Artigos, Noticias 0
Redução da idade média dos produtores e maior participação das mulheres na gestão de atividades relacionadas ao agronegócio. Essas foram as principais tendências observadas pela 7ª Pesquisa Hábitos do Produtor Rural ABMR&A, sigla da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio, sobre o perfil dos gestores do setor na atualidade.
Um dos pontos destacados nesse levantamento está relacionado à inclusão de mulheres no agro e como isso impacta nas decisões e na gestão das atividades no campo.
“A mulher está muito mais presente na gestão das propriedades rurais. Não estamos dizendo que ela está assumindo o comando da produção, mas está em um posto importante e de tomada de decisão do negócio”, explica o presidente da ABMR&A, Jorge Espanha.
Ele compara os dados de agora com a última pesquisa realizada, em 2013, quando a mulher aparecia com 10% nesse quesito e agora está em 31%: “É o retrato da força da mulher em todas as atividades, inclusive no campo”.
Segundo o executivo, o objetivo da pesquisa da instituição, realizada pela FNP Informa, é identificar o perfil dos produtores rurais brasileiros, incluindo seus hábitos de compra, seu envolvimento com as novas tecnologias e as mídias que consultam para informação pessoal e profissional.
“O estudo também faz um raio-x do setor primário no país, destacando os novos agentes influenciadores”, explica.
Foram 2.835 produtores rurais entrevistados, de 15 Estados, 11 culturas agrícolas (algodão, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, feijão, laranja, milho, soja, tomate e trigo) e quatro atividades pecuárias (de corte, de leite, avicultura e suinocultura).
JOVENS E IDOSOS
De acordo com a pesquisa, os produtores rurais em torno dos 60 anos de idade permanecem mais nas propriedades. Por outro lado, a idade média do agricultor caiu de 48 para 46,5 anos. Dos entrevistados nessa faixa etária, 21% deles têm curso superior, sendo 42% em agronomia, 9% em veterinária e 7% em administração de empresas.
“Esse é um dado importante, pois mostra que os mais jovens estão indo trabalhar com os pais nas fazendas”, diz Espanha, acrescentando que não se pode dizer que seja um processo de rejuvenescimento, mas, de acordo com a pesquisa, é possível dizer que tem mais jovens se formando e contribuindo para o sucesso do agronegócio.
Ele acredita que o caminho está aberto para isso: “Os jovens querem desafios e estão vendo no agronegócio uma excelente oportunidade profissional e empresarial. Como o setor produtivo está cada vez mais tecnológico, sustentável e eficiente, esse sinal pode, sim, se tornar uma tendência”, acrescenta.
O presidente da ABMR&A afirma que, além desses dados, a adoção de novas tecnologias no campo tem facilitado a sucessão familiar.
“Este é outro ponto central. Com mais jovens nas propriedades rurais, o processo de sucessão fica mais simplificado. Tudo se resume aos jovens enxergarem no campo uma oportunidade de crescimento. E isso está acontecendo”, observa.
ABMRA
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