abr 01, 2018 Site Agroceleiro Grãos, Mercado, Noticias 0
À medida que sobe a pressão sobre a emissão de gases do efeito estufa (GEE’s) e o preço do petróleo no mercado internacional vive picos de altos e baixos, os combustíveis renováveis surgem mais uma vez como a “menina dos olhos” do posto de gasolina – e do mercado agropecuário, mais de 40 anos após o boom do etanol na década de 1970, com o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool.
Nos últimos dez anos, a destinação de óleo de soja para a fabricação de biodiesel – que respondeu por 70% do total no ano passado – cresceu expressivos 243%, chegando a 2,75 milhões de toneladas, de acordo com informações da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). No mesmo período, a produção de soja em grão subiu 84% e a de óleo de soja 31,6%, totalizando 110,2 milhões de toneladas e 8,3 milhões de toneladas, respectivamente. E isso mesmo com as usinas operando com apenas metade da capacidade, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A aposta mais recente do segmento é a mudança na fórmula do diesel, que, desde o começo de março, passou a ter pelo menos 10% de biodiesel em sua composição. É o chamado B10 do programa federal Renovabio, que foi antecipado em um ano pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Até então, a mistura era de 8%.
O consultor da Terrafirma, Julio Favarin, explica que, no caso do óleo de soja, o aumento na última década é expressivo porque se deu sobre bases relativamente baixas. Mas a tendência, segundo ele, é de que tanto o B10 quanto a perspectiva de recuperação da economia – e, consequentemente, do setor automotivo – ajudem a alavancar a demanda por biodiesel.
A boa perspectiva para o setor já ficou clara no primeiro bimestre deste ano. Conforme informações da ANP, a produção de biodiesel fechou em 676,09 mil toneladas, um aumento de 31,2% no comparativo com o mesmo período de 2017. Para a Abiove, a demanda por biodiesel será de 5,5 milhões de toneladas, contra 4,3 milhões de toneladas em 2017.
Uma projeção da Terrafirma dá conta de que, até 2030, a produção de biodiesel tem potencial para atingir 7,5 milhões de toneladas.
“A tendência é ter uma parcela cada vez maior de combustíveis renováveis, é uma tendência mundial”, salienta Favarin. E o biodiesel, é o combustível do futuro? “Vai depender de mudança de tecnologia dos equipamentos. Os caminhões mais modernos já tem um padrão de emissão muito melhor, com o diesel S10, com menos enxofre. Não tenho dúvida que a substituição é uma tendência e isso é muito favorável para o campo. Temos cadeias agrícolas importantes que vão ser beneficiadas, como soja, a palma e a própria gordura animal, proveniente da atividade de proteína animal. Isso tende a se intensificar na medida em que a tecnologia seja capaz de suportar mistura cada vez maior”, projeta.
Fonte: Gazeta do Povo
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