mai 28, 2019 Site Agroceleiro Grãos, Mercado, Noticias 0
Na determinação do rendimento de grãos em trigo, há três etapas principais:
1) Primeira etapa: desde a emergência, passando pelo período de afilhamento, até a metade do alongamento (2 a 3 nós visíveis). O evento mais importante nessa etapa é expansão da área foliar, sendo desejável que, no final dessa etapa, a cultura tenha área foliar suficiente para interceptar a maior parte da radiação solar incidente (mais de 90%).
2) Segunda etapa: compreende o crescimento das espigas ainda sem grãos. O evento principal é a determinação do número potencial de grãos, que é condicionado pela sobrevivência das flores geradas. Ao término dessa etapa, a massa seca das espigas por metro quadrado é um bom estimador dos recursos que o cultivo destina para que as flores geradas venham, efetivamente, a produzir grãos.
3) Terceira etapa: refere-se à fase de enchimento dos grãos, que começa poucos dias depois da floração e encerra na maturação fisiológica, quando o peso final de cada grão é
determinado. O rendimento de grãos em trigo é mais limitado pela capacidade de armazenamento dos destinos (número de grãos) do que propriamente pela fonte disponível (área fotossinteticamente ativa das plantas) para encher os grãos. Ainda, é nessa terceira etapa que é definida a qualidade tecnológica do produto colhido, existindo forte influência
de interações entre o genótipo (constituição genética da cultivar) e o ambiente (clima e manejo).
Existe um período do ciclo que pode ser considerado o mais crítico para o potencial de rendimento do trigo?
Admite-se a existência de um período mais crítico de aproximadamente 30 dias, concentrados entre 20 dias pré-floração (aparecimento das anteras) e 10 dias pós-floração. Nesse período, as condições ambientais (radiação solar e temperatura) são essenciais, pois determinam tanto o número de afilhos que produzirão espigas (número de espigas por unidade de área) como o número de primórdios florais que sobreviverão em cada uma das espiguetas, estabelecendo o número de flores que efetivamente poderão produzir grão.
Nesse período crítico, condições de ambiente desfavoráveis (baixa disponibilidade de radiação solar e temperatura do ar elevada) refletirão negativamente na definição do número de flores férteis no momento da antese. Além disso, as condições adversas nos 10 dias pós-floração reduzirão a capacidade de estabelecimento dos grãos.
Durante o período crítico de crescimento das espigas, geralmente as limitações têm, pela redução no número de grãos por metro quadrado, maior efeito sobre o rendimento da cultura. Desse fato decorre a importância de se manejar o cultivo, explorando genótipo
e ambiente, por meio de práticas de manejo, para que se conjuguem as melhores condições no período crítico.
Incluem-se nisso:
• Escolha da cultivar.
• Época e densidade de semeadura.
• Nutrição de plantas (adubação de base e em cobertura).
• Controle de pragas e de doenças (preservando área foliar
fotossinteticamente ativa para interceptar radiação solar).
Como o potencial de rendimento do trigo se relaciona com as variáveis do ambiente?
O potencial de rendimento (PR) de qualquer cultivo pode ser expresso, de forma muito simplificada, como função da quantidade de radiação solar interceptada (Rsi), da eficiência de uso da radiação solar (EURs ) e da partição de biomassa para o rendimento de interesse
econômico (no caso do trigo, os grãos), que é operacionalmente definida pelo índice de colheita (IC). Matematicamente, tem-se:
PR = Rsi x EURs x IC
O crescimento de um cultivo de trigo (acúmulo de biomassa) é determinado pela capacidade fotossintética do dossel (folhagem das plantas) em interceptar radiação solar e sua eficiência de uso (conversão).
A radiação solar é a principal variável do ambiente para a definição do potencial de rendimento do trigo. Além de condicionar a produção total de biomassa, também define o número de grãos por unidade de superfície cultivada (o componente de rendimento que mais explica as variações de rendimento em trigo entre anos, locais, épocas de semeadura e cultivares). A ação da radiação solar, nesse caso, dá-se por intermédio do quociente fototermal (razão entre a disponibilidade de radiação solar e a temperatura média), no
período crítico de 30 dias ao redor da floração/antese do trigo (20 dias antes e 10 dias depois).
Fonte: Coleção 500 perguntas e 500 repostas Embrapa.
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