out 27, 2014 AgroCeleiro Noticias, Pecuária Leite 0
A crise na cadeia produtiva do leite continua prejudicando os agricultores familiares da região sul do Brasil e agora também os consumidores dos produtos. Os produtores ainda aguardam o pagamento pelo leite entregue às empresas e já percebem a baixa no valor pago pelo litro de leite. O consumidor, por sua vez, percebe a alta no valor da caixa de leite no supermercado.
O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (FETRAF-SUL/CUT) em Santa Catarina, Alexandre Bergamin, explica que a sociedade deve entender que o “vilão” do problema não é o agricultor, pois, ele se adapta e se qualifica às regras conforme o pedido das empresas e o leite sai da propriedade saudável e com a qualidade exigida. “As empresas exigem do agricultor a sanidade animal, não devem aplicar medicamento nos animais e caso isso seja necessário devem descartar o leite da vaca medicada, as instalações e a forma de resfriamento devem estar adequadas. Uma análise do leite é coletada antes mesmo de inserida no caminhão”, salientou Bergamin.
Em muitas propriedades o leite não está sendo coletado pelas empresas e fica armazenado por até cinco dias e depois é descartado, pois, é considerado impróprio para consumo. Além desse desperdício e perda da produção os agricultores ainda aguardam o recebimento pelo produto já entregue à dois ou três meses. O valor pago para o agricultor familiar pelo produto também já reduziu.
A FETRAF-SUL/CUT está preocupada com a atual conjuntura da cadeia do leite. “Será que acontecerá o mesmo que se percebe hoje com a avicultura e suinocultura? Os agricultores dependerão somente de uma ou duas grandes empresas? Até quando o agricultor terá a liberdade de definir o preço de seu produto?” questionou Bergamin. O coordenador afirmou que os agricultores devem organizar-se em pequenas cooperativas e produzir, industrializar e comercializar diretamente o produto.
Os consumidores devem ficar atentos ao produto que escolhem no mercado, pois, o leite alimenta principalmente crianças, idosos e enfermos.
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