“A degradação física do solo é um entrave à nossa agricultura. Nós, da Embrapa, já falamos duas vezes com o ministro da Agricultura (Blairo Maggi), dizendo a ele que este problema de adensamento do solo é um risco”, disse Denardin.
A compactação do solo pode ser causada pela pressão das patas de animais ou rodas de máquinas agrícolas, por exemplo, e o adensamento pode ser provocado pelo lançamento de calcário sobre o solo desprotegido de matéria seca (palha). “Mais de 70% das nossas lavouras não produzem entre oito e 12 toneladas de matéria seca, o que seria o ideal, então os solos entraram num processo de adensamento”, lamentou o pesquisador da Embrapa.
Prejuízos à economia
No caso da soja plantada no Rio Grande do Sul, a média dos últimos 16 anos é menor do que a produtividade alcançada no ano 2000. “Significa que estagnamos no tempo”, disse Denardin. “Agricultores, às vezes ficam felizes por estarem colhendo 65 sacos de soja por hectare, isso não é a metade do que nós poderíamos produzir se tivéssemos um solo poroso, um solo sem esses problemas físicos”, completou ele.
Solução
A solução passa pela mudança de comportamento. Segundo pesquisas, de pouco adianta plantar diretamente na palha sem a rotação de culturas. “Foi dito na década de 1980 que o Plantio Direto precisava ter uma gramínea de verão, que era o milho”, disse Denardin, ao citar, como outras opções, o sorgo forrageiro, capim sudão, sorgo granífero.
Uma condição ideal, de acordo com o pesquisador da Embrapa, seria o plantio de um cereal de verão em outubro, para ser colhido nos meses de fevereiro e março. Após a colheita, o agricultor poderia fazer nova semeadura, com a intenção de fazer uma adubação verde do solo. “A geada vai matar esse cereal de verão e, quando ele morre, o agricultor entra com o cereal de inverno”, indicou Denardin.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Ijuí
Jornalista Cleuza Noal Brutti