jan 26, 2015 AgroCeleiro Noticias, Pecuária Leite 0
Grupo de agricultores no noroeste do Rio Grande do Sul ficou sem opção quando um pequeno laticínio parou de recolher o produto em suas propriedades
Já não bastasse a árdua espera pelo pagamento do leite entregue a empresas em dificuldades financeiras ou envolvidas em fraudes, produtores gaúchos são obrigados agora a colocar fora parte da produção por não ter a quem entregar. Nos municípios de Alegria e Independência, no noroeste do Rio Grande do Sul, cerca de 150 agricultores ficaram sem opção quando um pequeno laticínio de Esperança do Sul parou de recolher o leite em suas propriedades.
– A grande maioria produz menos de cem litros por dia. Sem ter onde colocar a produção, estão despejando para os animais ou jogando fora – relata Nestor Bonfanti, primeiro tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag).
Em Capão do Cipó, outros 50 produtores estão na mesma situação. Um deles chegou a desperdiçar 17 mil litros de leite nos últimos dias. Conforme Wlademir Pedro Dall’Bosco, presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Estado (Apil-RS), a situação tende a se agravar se não forem tomadas medidas de reestruturação do setor.
– O recolhimento de pequenos volumes em determinados locais é economicamente inviável. Não podemos assumir uma responsabilidade que não é só nossa – argumenta Dall’Bosco.
Dirigentes dos mais de 50 laticínios associados à Apil irão se reunir no dia 5 de fevereiro para tentar encontrar uma solução ao impasse, com a ajuda do governo e dos produtores.
As mesmas famílias que não têm a quem entregar a produção esperam pagamento de indústrias. Na semana passada, a Laticínios Santa Rita, de Estrela, quitou 10% do valor devido, cerca de R$ 200 mil. Na sexta-feira, a Promilk apresentou à Justiça plano de recuperação judicial que propõe o pagamento de 50% das dívidas em 10 anos, com dois anos de carência.
A proposta será submetida agora à análise de todos os credores, mais de 4 mil com aproximadamente R$ 37 milhões a receber.
Estima-se que o saldo negativo deixado por pelo menos cinco indústrias de leite inadimplentes envolva 20 mil famílias no Estado, situação desanimadora para uma atividade tão importante e sacrificada.
Fonte: ZH
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