Entre 200 e 300 produtores de leite do Norte gaúcho estão passando por uma semana atípica, uma vez que seguem ordenhando as vacas mas não conseguem comercializar o alimento. Isto porque o principal comprador do produto, a Cooperativa Tritícola Erechim Ltda (Cotrel), foi alvo da sétima edição da Operação Leite Compen$ado, deixando, desde sexta-feira passada, de comprar o alimento. Com isso, centenas de milhares de litros estão sendo jogados fora pelos produtores, que não dispõem de local para armazenar grandes quantidades de leite.
A situação é relatada pela coordenadora-geral da Fetraf-RS, Cleonice Back, que explica que os produtores não conseguem nem mesmo doar o leite não comercializado pela distância que estão dos grandes centros. Além da distância, há os custos para armazenar e transportar com segurança e qualidade o produto, tornando o desperdício o único caminho possível para os pequenos produtores enquanto não conseguem um novo comprador para o leite.
O mercado leiteiro encolheu no Rio Grande do Sul devido às descobertas sequenciais de fraudes e adulterações no alimento. A Fetraf-RS estima que os gaúchos estão comprando entre 20% e 30% menos leite após a série de quadrilhas ser desmantelada. Na avaliação de Cleonice, se trata da maior crise de toda a história da cadeia leiteira no Estado, que atualmente soma mais de 140 mil produtores gaúchos.
Com esse cenário, a representante dos agricultores familiares do Rio Grande do Sul busca, nesta semana, em Brasília, recursos e ajuda do governo federal. O principal pedido, a curto prazo, são linhas de crédito emergenciais para os pequenos produtores e cooperativas leiteiras no Estado poderem se reerguer após a crise.
Fonte: Rádio Guaíba